sexta-feira, abril 28, 2006

Doces Bárbaros - Um Índio


Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das
tecnologias
Virá impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi, apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi, tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi, o axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito
Virá impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi, apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi, tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi, o axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio.

2 Comments:

Blogger Unknown said...

Novas amizades, significam para mim uma dádiva dos Céus, eu regresso, para a ler melhor.
Boa semana.
ZezinhoMota

domingo, abril 30, 2006 2:48:00 PM  
Blogger Unknown said...

E regressei, só que não pude deixar as minhas opiniões porque não tenho como.
Então resolvi deixar neste mesmo para que a minha amiga saiba que estive cá a ler-te. Gostei muito da oração e do poema seguinte.
Parabéns pelo bonito blog
eu regresso estou gostando
boa semana
ZezinhoMota

domingo, maio 07, 2006 5:45:00 PM  

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